sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Quero ser louco!

Um dia sonhei viver só da arte
Da dança, da poesia que pulsa em minhas veias
Da sensibilidade cada vez mais rara
Da paixão pela vida que em nós se destaca
Mas o mundo nos pede a técnica
A técnica dentro da técnica
Ó mestre Pessoa, como estavas certo.
E como tu, queria eu ser um técnico só dentro da técnica
Mas como é difícil esse mundo
De produtividade
De “responsabilidade”...
Quero ser técnico só dentro da técnica!
Mas que tempo me sobra para ser louco?
O que faz de mim diferente
O que me refugia? Me separa do todo?
De repente me vi do lado contrário do palco
Sentada na platéia como espectador
Esperando...
Assistindo a um sonho meu como em uma vitrine
E as lágrimas desceram...
E os soluços baixinho bradavam “quero ser louco!”

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Frio

Esperar... estamos sempre esperando...
Dias melhores, vidas melhores, setembro chegar...
E em nossa esperança esperamos, que o tempo nos traga
e de certa forma faça deste inverno primavera
Que floresçam sob meus olhos
Lindas flores, vidas belas.
E quem sabe ao ver tanta beleza
Meu triste coração se aqueça
E lembre que há sonhos lá fora
Há tantas lembranças frias...
Em meio a tanta alegria poderiam se aquecer?
Ou será que o melhor não seria simplesmente esquecer?
Não sei como agir nessas horas,
Pois embora já sinta o cheiro das flores
Ainda vivo no frio da solidão
Não sei se quando te vejo
Me vem um desejo de morte ou amor
E se a dor que vive em meu peito
É puro despeito, loucura ou paixão
Mas o que sinto é frio...
E embora teu perfume me embriague
Meu corpo que de febre arde
Sente frio...

sábado, 5 de maio de 2007

Amor e Amizade

O suave toque de tuas mãos
percorre mais que meu corpo
transcende a minha memória
me toma sem forma e de todo
me deixa sem rumo nem chão
me rouba o cansaço,
me altera a respiração

Te olho nos olhos e me vejo espelhada
Me tira do sério tua cara lavada
Mas o olhar que é desejo, é também abrigo
E já não tenho mais medo se estou contigo
Me entrego aos caprichos
De um amor antigo-ousado-amigo
De risos, de sorrisos,
de lágrimas e nós
Se amor e amizade andam juntos
Não estamos mais sós.

domingo, 15 de abril de 2007

Reformas

Reformas na minha cabeça
Histórias, fatos e casos
Longos e misteriosos pratos
pra degustar ao longo da vida

Tudo de uma forma desmedida
volta a ser angustiante
Torna tudo quase que revoltante
Não fosse pelo cômodo ponto de vista

Se pudesse, mas não tenho essa saída
Se já quero, mas forças não posso ter
É como um querer sem querer
Como se não pudesse ter
jamais o que sempre sonhei

Aquilo tudo que almejei
As noites que passei sem dormir
Às vezes que pensei em ti
De noite, de dia, no pôr-do-sol daquele dia
que viste e eu perdi

A canção que fizeste para mim
é quase que esquecida
Embora seja sempre lembrada
É a cura da minh'alma
De um mal já sem saída

Te quero de forma tamanha
Não posso, mas quero mesmo assim
Não corro, espero só por ti
Quero ter-te sempre junto a mim

Será possível algum dia
que esta paixão quase esquecida
volte a render nossos dias de alegria?
As cenas jamais serão perdidas...
Te amo, como nunca amei na vida

Como de uma hora pra outra
As cores mudassem de roupa
As coisas mudassem de cara
E a vida ficasse mais rara
Cada dia que estou sem ti

terça-feira, 20 de março de 2007

Nossos tempos

Ter amigos, coisa assim,
É como uma alegria sem fim
É um eterno sorrir

Sensação mais doce que banana
Mais simples que essa rua
Mais meiga que um sorriso
Mais expressiva que uma lágrima

Tu te lembras das nossas brigas?
Dos sonhos efêmeros e cor-de-rosa
Das farras animadas
Das ressacas gloriosas?

Te lembras dos nossos pactos?
Dos nossos desabafos
Da correria e daquelas tardes
Que o tempo fazia parar

Dos trabalhos que não terminavam nunca
Da inquietação e da angustia
Que era tudo acabar?

No fundo era um conto de fadas
No qual fomos felizes
Dos tempos que nada muda
E o coração nunca apaga

segunda-feira, 5 de março de 2007

Fujamos

Mostre-me do que sou capaz
Até onde posso ir
Onde estão meus limites
Onde os sonhos tornam-se reais
Onde nós nos sentimos morrer
E voltamos das cinzas
Como a fênix renascida
Fujamos desta terra, deste céu
Fujamos da realidade que nos prende os pés
Sejamos livres!!

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Lua

Oh lua tão linda
Cenário dos namorados
Inspiração dos poetas
Canção dos apaixonados
Tão distante e soberana
Tão perto de nossa visão
Tão forte e atrativa
Das cheias e revoluções
E ali ao lado da palmeira
Um belo quadro compunha
Ninguém de longe imagina
Supõe que a tua figura
Não passa de luz refletida
Nas crateras de estranho desenho
Que aos poucos a luz irradia
Roubando do sol os raios
Como eu aqui embaixo
Vivendo dos raios de amor que recebo
e sonhando com teus abraços
E com um amor inteiro.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Fujo...

Fujo de um mundo
Que a memória me traz,
De muitos murmúrios,
De muitos ais
De tormentos e dias sem dormir,
Do corte por dentro
Da ferida profunda
De paixões findando
De murmúrios, lamúrios
Mas faz muito tempo...
E quase me esqueço.

Beija-flor

Entre as margaridas do jardim,
Perdi-me enquanto buscava-te
Quis encontrar o chão e o céu
Nada vi... em nada cri...
Sonhei, voei,
Fui eu beija-flor,
Em busca do mel
Em busca do amor,
Estive em cada cansaço
Em todo espaço
Deixei-me levar pelo vento,
Pelo tempo...
Estava presente em cada momento,
Mas onde estou?

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Folhas ao vento

Como as folhas trazidas ao vento
De repente me aparecem as palavras
Que parecem soltas, dispersas,
Voando livres e desencontradas.
E corro a tentar alcançá-las,
Colhendo-as, recebendo-as...
únicas... leves...
Que se juntam e se repelem,
Formando um todo, um só.
Reunindo suas belezas
Compartilhando o que há em si de melhor.
Mas de onde vem essas palavras
que me trouxera o vento?
Por quem foram sopradas?
Vagam a quanto tempo?
A espera de alguém que as junte
De peito aberto, mão delicada
E que possa pouco a pouco
Com muita paciência e calma
De certa forma encaixá-las
Que pareçam, elas mesmas,
Possuidoras de alma.